quarta-feira, 25 de julho de 2012

O Ipe amarelo (horriiiiiiivel!)


Em frente aquela casa casa havia um ipê amarelo.

Todos os anos o Ipê amarelo florescia, na tentativa da arvore de se reproduzir, de produzir pólen que fecundasse outro ipê ou para que suas flores fossem fecundadas pelo pólen doutro ipê. Mas nessa rua não tinha nenhum outro ipê amarelo (e nem de outra cor).

Se cada uma daquelas belas flores que vinham as centenas era uma tentativa de se reproduzir, sem uma contraparte, sem um parceiro a vista, cada uma daquelas belas flores era nada mais do que uma punheta. Centenas e centenas de punhetas, milhares e milhares de punhetas daquele ipê. Punhetas que hoje estão somente na história. Que existiram por um momento e desapareceram. Hoje o ipê amarelo esta morto. Não da mais flor e na verdade nem folhas. A arvore esta seca e morta.



Vou ter que providenciar seu corte.

Moral da historia: faca sexo. Um dia você estará velho e o seu corpo não vai mais fecundar coisa alguma, nem ser fecundado.

Na verdade, nem precisa fecundar, só não desperdice sua vitalidade pois ela vai, definitivamente, acabar.


. . . É cara, a vida não é fácil não, se você acha que a vida é fácil, tá enganado...

Respect your elders!


Há décadas (ou “Respect your elders”)



Tenho trinta anos. Fiz trinta anos há pouco tempo e isso me deixou bastante pensativo, mas isto é crise dos trinta e é outra historia. Não é disso que eu quero falar agora. Quero falar dessa expressão “há décadas”.

 Hoje alguém me falou essa frase que me incomodou um pouco: “eu faço não-sei-o-que há décadas.”

Decadas (com “S”, no plural) significa mais de uma década. Entendo que sejam duas ou mais, logo: vinte anos ou mais.

Ora, se eu tenho trinta anos, já passei por poucas e boas, e não sonho mais em ser piloto de corrida, nem bombeiro, nem astronauta, nem qualquer coisa que se sonha ser quando se é criança (nem operador da bolsa, ou executivo ou qualquer sonho de um estudante de Economia), e não existe algo que eu faca há décadas. Logo não sou tão velho assim.

Pense bem: Existe algo que você faz há décadas, ha vinte anos ou mais? Se eu tenho trinta anos e faço algo há vinte anos ou mais, eu faço desde os dez anos de idade. E não tem nada que eu faca hoje que eu fazia com dez anos (exceto o obvio... é obvio).

Não tem nada que eu faca há vinte anos. Nada. Eu não trabalho há vinte anos ou mais. Eu não falo outro idioma há vinte anos ou mais, não namoro (nem... ehh... hum... você sabe...) há vinte anos ou mais, não tenho planos para o meu rico dinheirinho desde os dez anos de idade, nem serias responsabilidades sobre outras pessoas desde os dez anos. É só pensar no que eu fazia com dez anos que a lista aumenta.

E as coisa que você não faz há décadas mas faz há anos? Você trabalha em um determinado ramo ou atividade há dois, cinco, dez, talvez quatorze anos e via de regra é respeitado por isso (salvo exceções). Você entende daquilo que faz.  Que não seja um trabalho... se você pratica um esporte há, digamos, dez ou doze anos. Você tem um excelente conhecimento dele. Você gosta dele. Ou um relacionamento de dez, doze, quinze anos: não é um acaso (nem um caso).

Eu já havia ouvido essa frase (Há décadas) algumas vezes. Algumas vezes expressando a mais pura verdade, noutras um fato apenas plausível, e em algumas era somente uma hipérbole para dar um colorido as frases. Gostaria de tratar das situações em que alguém usa esse termo expressando verdade.

A pessoa que falou a frase que me incomodou hoje, fazia isso há décadas. De verdade.

Deduzo que alguem que faz algo há décadas, tem mais do que trinta anos. Só pode ser uma pessoa mais velha e logo tem mais experiência. Alguem que faz algo há décadas merece respeito. Alguem que é mais velho merece respeito. E verdade seja dita: merece respeito simplesmente por ser mais velho.

É claro que existem velhos tolos, você deve estar pensando. Mas mesmo estes que você, na sua juventude, julga tolos tem alguma experiência. Em alguma coisa. Não quero entrar no mérito da teoria das “inteligências múltiplas”, mas pense na frase que é o carro chefe dela: “Quem é mais inteligente? Einstein ou o pele?”  Quero dizer, você pode achar que determinada pessoa é um tolo, mas ele pode entender e muito de um assunto que você não entende. Por isso respeite ele (respect your elders).

Respeito é de graça. Pode exigir de você um pouco de paciência talvez (e somente isso talvez). Pode demandar da sua postura um pouco de humildade, mas isso não é difícil, com um pouco de pratica a humildade acontece naturalmente. Mas sobretudo, o respeito as vezes exige que você entenda, mas entenda de verdade, que existem coisas que você não domina. Nem com todos os seus trinta anos de idade, vendo talvez alguns poucos cabelos brancos surgirem, nem com seu patrimônio, carreira, casamento, empresa ou seja la o que você tenha com trinta anos. Se você prestar atenção, e respeitar atitudes vindas de uma pessoa mais velha que você, você terá uma surpresa maravilhosa. Você vai começar a entender as atitudes dos mais velhos.

Explicando de outra forma: tentar entender uma atitude de uma pessoa mais experiente exigindo uma explicação dela é como tentar empurrar um carro rua acima ate chegar na oficina da esquina quando na verdade se você entrar no carro e deixar ele descer sozinho duas quadras dessa rua, você chega ate outra oficina exatamente igual.

Você pode fazer forca. Você pode ate conseguir empurrar o carro ladeira acima, mas vai ter que dispor de muito mais energia, tempo e ainda assim terá apenas uma chance de alcançar o objetivo, quando na verdade existe uma alternativa muito mais facil. E o objetivo a que me refiro é a Compreensão. Uma das palavras mais espetaculares que existe no dicionário. A outra é, é claro Respeito.



. . . É cara, a vida não é fácil não, se você acha que a vida é fácil, tá enganado...

Ever... Everdade!

O mundo eh tao pequeno, que eu lhe procuro e nao lhe acho!

Por onde voce andou que todo dia eu te via?


. . . É cara, a vida não é fácil não, se você acha que a vida é fácil, tá enganado...

E abaixo os escolhidos a dedo...